Como são feitas as cirurgias bariátricas?

A obesidade é uma das doenças predominantes do século XXI. Dados de 2020 do Ministério da Saúde revelam que 55,7% da população brasileira está acima do peso e 19,8% está obesa. Por si só, a obesidade pode trazer outras doenças, como o diabetes, mas, além disso, ela é a principal causa de mortalidade por eventos cardiovasculares, como infartos e derrames. A pandemia do novo coronavírus mostrou que a dobradinha obesidade/diabetes foi uma das principais causas de casos graves e mortalidades secundárias da Covid-19.

Para reduzir peso e, assim, recuperar qualidade de vida e bem-estar, um importante aliado no tratamento de pacientes com obesidade grau três são as cirurgias bariátricas. Bastante comuns hoje em dia, no Brasil, elas são a alternativa para 65 mil pessoas por ano.

Também conhecidas por gastroplastia ou, mais popularmente, cirurgia de redução do estômago, esta técnica transforma a anatomia original deste órgão diminuindo sua capacidade de receber alimentos. Enquanto um estômago inteiro tem capacidade para um a um litro e meio de alimentos, o estômago pós- bariátrica fica entre 25 ml a 200 ml.

Indicação

Segundo a Organização Mundial da Saúde, as cirurgias bariátricas são indicadas para pacientes com IMC acima de 35 Kg/m² que tenham complicações como apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes, aumento de gorduras no sangue e problemas articulares, dentre outras. Ou ainda para pacientes com IMC maior que 40 Kg/m² que não tenham conseguido perder peso após dois anos com outros tratamentos.

Tipos

A redução do estômago com os objetivos de perda de peso e ganho de qualidade de vida pode ser feita de mais de uma maneira. O Conselho Federal de Medicina regulamenta quatro técnicas:

Responsável por 75% das cirurgias bariátricas, a bypass gástrico, gastroplastia em Y de Roux ou de Fobi-Capella reduz a capacidade do estômago em cerca de 10% por um grampeamento e desvia o trânsito intestinal. Por ser um procedimento restritivo e dissabsortivo, ela é considerada um procedimento misto.

Na gastrectomia vertical ou sleeve, 70 a 85% do estômago é reduzido e fica parecido com um tubo. Assim como no bypass, ela interfere positivamente na produção dos hormônios da saciedade e ajuda no controle do diabetes.

Sem provocar mudanças hormonais e a menos realizada atualmente, a banda gástrica ajustável consiste na colocação de uma cinta de silicone no começo do estômago, reduzindo assim sua capacidade.

A duodenal switch retira 60% do estômago e também desvia o intestino.

Como é feita?

Após uma consulta inicial, o médico faz uma avaliação completa do quadro de saúde do paciente.

Ela inclui exames complementares, consultas com nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, endocrinologista, pneumologista e cardiologista. 

Após a reunião das informações fornecidas com base nos passos acima, o médico-cirurgião bariátrico, se encontrada a necessidade da cirurgia, orienta o paciente sobre os próximos passos para agendamento da cirurgia. 

No dia do procedimento cirúrgico, o anestesiologista aplica a anestesia geral. 

A quase totalidade dos procedimentos bariátricos são feitos por videolaparoscopia.

Na videolaparoscopia, são feitas pequenas incisões de 0,5 a 1,2 cm no abdômen do paciente, por onde são introduzidos os instrumentos e através dos quais é injetado o gás carbônico que infla a cavidade abdominal, dando espaço para a cirurgia acontecer.

Como este procedimento exige menos manipulação dos órgãos e, consequentemente, provoca uma agressão menor ao corpo, resulta em menos dor no pós-operatório. Com o uso da videolaparoscopia, a alta hospitalar é mais rápida, assim como o retorno às atividades normais.

Equipe Dr. Thales Delmondes Galvão

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