Suplementação de Ferro após a Cirurgia Bariátrica – gastroplastia

Ferro após cirurgia bariátricaO Ferro é um componente da hemoglobina, que permite aos eritrócitos transportar o oxigênio e distribuí-lo aos tecidos do corpo.

A falta de ferro pode ocasionar anemia (diminuição dos glóbulos vermelhos no sangue), que pode dá sensação de fraqueza, fadiga, palidez da pele e mucosa e também falta de ar, nos casos mais sérios. É um mineral muito importante que atua em vários processos em nosso organismo.

É possível detectar a anemia por meio do exame de sangue, denominado hemograma. Em cirurgias bariátricas restritivas e disabsortivas como na cirurgia do Bypass Gástrico em Y de Roux ou na Derivação Bileopancreática, há a diminuição da ingestão de ferro e também sua absorção diminui já que o alimento não vai mais passar pela parte inicial do intestino (duodeno e jejuno proximal), principais sítios de absorção do ferro e também pela diminuição na produção do ácido gástrico, que favorece a absorção do ferro. O paciente poderá ser orientado a repor essa carência com medicamentos orais (Neutrofer, Combiron, Sulfato Ferroso, etc.) ou por via venosa (Noripurum).

A anemia pode afetar pacientes submetidos à cirurgia bariátrica, sendo geralmente provocada pela deficiência de ferro. Nestes pacientes, submetidos à cirurgia de obesidade, a quantidade de ingestão diária de ferro elementar (sulfato ferroso ou fumarato ferroso) deve atingir 40 a 100 mg/d.

A quantidade de ferro presente nos polivitamínicos do mercado atualmente contém de 10 a 20 mg de ferro cada, o que pode não evitar a deficiência do mineral em pacientes que foram submetidos a cirurgia bariátrica, principalmente em mulheres com menstruação abundante, seja na duração ou na intensidade.

Como prevenir a deficiência?

Para que haja a prevenção de sua deficiência, o paciente deve ingerir 40 a 65 mg de ferro por dia (200 – 400 mg de sulfato de ferro). Nas mulheres em idade reprodutiva, as recomendações aumentam para 100 mg de ferro elementar por dia (400 a 800 mg de sulfato ferroso).

É importante considerar as características de absorção do diversos tipos de suplementação de ferro disponíveis no mercado:

  • Sulfato ferroso (Fe++), cujo comprimido de 300 mg contém 60 mg de ferro elementar. Apenas 20% de ferro elementar e apresenta maiores efeitos gastrointestinais.
  • Fumarato ferroso (Fe++), comprimido com 200 mg de Fe++ equivale a 66 mg de ferro elementar por comprimido. 33% de ferro elementar, geralmente bem tolerado pelos pacientes, e apresenta boa absorção do mineral.
  • Gluconato ferroso (Fe++), comprimido com 300 mg corresponde a 36 mg de ferro elementar por comprimido. 12% de ferro elementar.
  • Sacarato de hidróxido de ferro III (polimaltosado) comprimido com 330 mg e 100 mg de ferro elementar por comprimido. 30% de ferro elementar
  • Ferronil: 98% de ferro elementar, ferro elementar, com partículas bem reduzidas.

O ideal é que o suplemento de ferro seja acompanhado de vitamina C e de frutooligossacarídeos (fibra dietética solúvel) para prevenir a constipação, melhorar a flora intestinal e proporcionar melhor absorção do mineral.

Quanto à tolerabilidade a suplementação de ferro oral, cerca de 10% a 40% dos pacientes apresentam efeitos adversos intensos e não toleram a suplementação de ferro por via oral.
Os efeitos colaterais da suplementação oral estão relacionados ao trato gastrointestinal com sintomas epigástricos, como náuseas, vômitos, epigastralgia e dispepsia, diarréia ou obstipação. Tais sintomas se devem, com frequência, à dose utilizada e não ao composto em uso, embora as preparações de liberação lenta (ferro polimaltosado) sejam melhor toleradas. A administração após as refeições é de maior aceitabilidade do que a em jejum, embora esta última apresenta melhor absorção.
Quando o tratamento oral não obtiver resultados, ou for constatada uma anemia grave, doses intravenosas de hidróxido de ferro-sacarose são necessárias (20 mg de ferro elementar por ml).

O ferro também pode ser encontrado nos seguintes alimentos: carnes vermelhas, de ave e de peixe, fígado de qualquer animal, grão-de-bico, ervilha, lentilha, agrião, beterraba, cereais, aveia, castanhas, nozes, feijão. E nas frutas também: morango, kiwi, laranja, manga, limão, uva, acerola, goiaba e ameixa seca.

Equipe Dr. Thales Delmondes Galvão

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